sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Ser mãe... Ser doula!

2013 começou bem turbulento, mas com muitas realizações. Sabe aquela lista que você faz de metas no fim do ano para realizar no próximo? Pela primeira vez estou vendo eficácia em fazer uma lista dessa.
E ontem foi a vez do "OK" em cima do CURSO DE DOULA. 
Felicidade. Acabamos ontem. Na verdade eu já sabia que era doula. Vinha trabalhando isso em mim e com gestantes conhecidas há alguns meses, mas eu realmente precisava desse curso, não só para concretizar e aprender como profissional, mas para aprender coisas sobre mim. E é dessa segunda parte que quero vir falar aqui.

Nooossa! COMO eu aprendi, e como eu vivi! Tudo começa por aquele choque. "Caramba, eu gosto mesmo, eu vivo mesmo tudo isso. Mas e a minha faculdade, e meu trabalho fixo, e minha vida de assalariada que acorda de segunda a sexta cedo e volta tarde para a casa?" Pois é. A primeira coisa a aceitar foi que eu não sou mais assim. já fui, antes de ser mãe, aliás, mentira, eu queria querer ser assim, porque assim é mais normal e seguro. Tipo a cesárea (bah). E se eu ficar forçando minha cabeça e minha alma por vontades antigas ou de outras pessoas, ambas vão pular pra fora e me deixar. Lição: Se deixe ser feliz no seu modelo, do seu jeito, vai dar certo. Você é atriz ALÉM DE TUDO, menina. De qualquer forma ia ter que optar por isso um dia. Essa lição terá que ser feita dia após dia, tijolo por tijolo, aprender a fechar os ouvidos para premonições de derrotas futuras. Fechar os ouvidos para mim e para os outros! Lição dificil, mas possível.

Aprendi que eu preciso me impor um pouco mais, não deixar minhas vontades ruírem por causas externas. Deixar os outros satisfeitos e você violentada e sem identidade não parece escolha para ninguém, mas sim, eu faço. Essa questão surgiu no momento em que quase desisti de fazer o curso para não incomodar as pessoas que precisariam se mobilizar para me ajudar a cuidar da Sarah enquanto estivesse fora. E chegou num ponto no meio do curso de me lembrar do contraste do meu parto com meu pós parto. Revi minhas atitudes gerais, e muita coisa começou a fazer sentido para mim, um choque da realidade que não me perturbou de maneira negativa, mas me chacoalhou e me deixou feliz por isso. É assunto para um outro post. Mas sim, eu sofri muita hostilização, muita violência moral, verbal e física no pós parto. Um tremendo contraste com minha gestação e parto, e eu não consegui fazer nada, não consegui protestar e nem dizer não, por medo de não agradar, por medo de fazerem algo de mal enquanto eu dormia, por medo que toda mãe tem. E essas situações que a mulher passa deixam marcas para o resto da vida. Ainda bem que eu as enxergo e espero que muitas possam encarar de frente as violências obstétricas que sofreram, e pararem de achar que isso tudo faz parte. A resposta de muitas coisas que vivemos ronda esse momento da nossa vida, não ignore-o.

E ser doula. Se doar, dar o espaço e o apoio para que a mulher possa protagonizar esse seu momento...Tão difícil de explicar, tanta energia para trocar. Nos formamos no dia em que a profissão foi oficialmente registrada no CBO! No dia em que recebemos o comunicado de possível volta da entrada de doulas na maternidade Santa Joana. Estamos conseguindo, mulheres! É muito bom fazer parte de tudo isso, de conhecer tanta gente que pensa junto, de poder discutir, cansar, retomar a energia e continuar. Esse é um grande momento da minha vida. 

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