segunda-feira, 30 de abril de 2012

Um desabafo de meio ano.

Pois então, já passou tudo isso?

Tanta coisa acontece em 6 meses, mas duvido que se compara com o desenvolvimento de um bebê. O primeiro ano de vida acontece simplesmente tudo! Nascem, mamam, dormem, choram, viram, desviram, comem, engatinham, andam e começam a arriscar a falar. E começam a entender que são um ser separado da mãe.
Ihhhh, essa é a parte mais transformadora, pois isso não é só o bebê que sente. Nós mães também sentimos um cordão umbilical invisível ainda. Percebi isso no primeiro dia que deixei a Sarinha com a minha mãe para poder ensaiar. Chorei, queria largar, abandonar tudo, esquecer dessa ideia maluca, voltar e me agarrar com ela. E claro, ela sentiu isso, e ainda estou trabalhando isso em mim, não consigo ficar tranquila, não consigo passar confiança para ela longe de mim, ela ainda está chorando bastante lá. Só foram 3 dias até agora, estamos no começo e sei que é tudo questão de adaptação para ambas, mas não imaginei MESMO que fosse difícil assim. Tantas vezes eu quero um tempo para me dedicar a mim, mas quando me vi podendo fazer isso me deu um nó na alma!

Por aqui estamos começando a perceber os primeiros sinais da angústia da separação por parte da Sarah. Ela está cada dia mais sociável, divertida, engraçada e risonha, quase engatinhando, mas também está um tanto quanto "grudada" em mim. As noites estão super difíceis ainda, ela acorda muito, estamos mantendo ela na nossa cama para eu descansar o máximo que der e ela se sentir mais segura, mas isso não a impede de acordar muito. O bom é que ela dormindo comigo eu desencano de marcar as horas que ela dormiu seguidas.
Ela ficou doentinha quarta feira e ainda está se recuperando, foi a primeira vez que ficou gripada, nunca teve nada antes e isso potencializou o acorda-acorda.
Não é fácil! Realmente, esse primeiro ano tudo é muito intenso, quando vc se acostuma com uma rotina ela muda tudo da noite pro dia e lá vamos nós nos adaptarmos tudo denovo.

Quanto à introdução de alimentos estamos indo devagar, quase parando, até por causa da gripe. Ela ainda estranha, muitas vezes rejeita, então estamos indo no tempo dela. Tem dia que ela ama chupar um pedaço de pêra, até morde e come, tem dia que fica com ânsia e vira a cara. Ela está mamando muito ainda e continuaremos assim até que ela decida que assim não será mais rsrsrs. Ainda não aprendeu a tomar água e leite no copinho de transição para ajudar a vovó a alimentá-la, mas isso eu tenho certeza que tem a ver comigo, aliás, tudo o que se refere à separação e a ela ficar bem sem mim por algumas horas que seja, ainda mexe muito comigo.
Um lado meu quer que ela se adapte e se alimente e durma bem com a vovó e com o vovô, outro lado ainda acha que ela está no ventre e depende exclusivamente de mim para sobreviver. Sim, não é tão fácil como pensei, e preciso trabalhar isso em mim. Ela não está mais inside mas ainda sente toda minha segurança ou insegurança, meu cansaço ou minha energia. Isso é nítido! Tão certo que dá até medo de pensar em uma ligação tão profunda como essa em que estamos vivendo.

Aí vejo amigas ou conhecidas ou desconhecidas falando o quão tranquilo foi para elas todas essas fases que eu tenho dificuldade em passar... E jogo a culpa nesse meu espírito de artista rsrsrs. Tudo o que faço uso minha alma toda, mergulho sempre na minha sombra, vasculho tudo o que sou ou que já fui para poder criar, jogar pra fora. E por que na maternidade ia ser diferente, não?

Não sei ser de outra forma, se tentasse não seria eu. Preciso conquistar as coisas pouco a pouco, com direito a todos os detalhes minuciosos que tenho direito, para no final saborear a conclusão. Minha gravidez foi assim, meu parto também, o pós parto e amamentação então nem se fala.

Mas então não foi algo natural? Claro que foi! Minha natureza é assim, intensa. E eu as vezes tenho uma forte tendência a odiá-la. Porque me cansa, me suga até o âmago. E quando cansa é a hora que eu olho para as outras pessoas, que tem soluções práticas e fáceis.

Pois bem, não tem como você não se tornar uma pessoa melhor quando se tem um filho. Uma mulher melhor, filha melhor, uma profissional melhor. E, se Deus permitir, uma mãe melhor a cada dia.

Ufa, desabafei!

Beijo grande!


Um comentário:

  1. oi luciana ,muito legal seus relatos mostra q vc é uma mãe preocupada e responsável,éstá no caminho certo. Quanto a culpa de retomar atividades anteriores a maternidade ,bem vinda ao clube rsrs.... um abraço..

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