segunda-feira, 12 de novembro de 2012

EMPODERE-SE!

Tenho conversado com muitas gestantes com diversos níveis de informação sobre os temas gravidez, parto e maternidade CONSCIENTE. Longe de mim sair pregando a preparação corporal e psicológica para o parto, o parto natural, a amamentação sem o uso de chupetas e mamadeiras. Todos tem acesso à boas e más informações e cabe a cada um escolher o que é a boa ou a má. E também percebo que não adianta você mandar 40 mil artigos científicos para certas mulheres, muitas delas lêem e continuam com as mesmas questões. E isso me intrigava por demais da conta! Como, na cara da pessoa, ela lê, entende e depois me fala o contrário do que leu? Pois eu vou dizer o que acontece, na minha humilde (bem humilde) visão.





Você já ouviu o termo EMPODERAR-SE? isso serve para qualquer coisa na vida. Cada ser é individual, cada um tem sua história e valores, bem como cada um tem suas impressões digitais. Muitas vezes temos que fazer escolhas na nossa vida que não competem a mais ninguém a não ser a nós mesmos. Claro, a maioria das nossas escolhas influencia outros, mas os outros são os outros e se de certa forma sua decisão abrange a vida de outros cabe a você informá-los de suas decisões e pontos de vista. Mas essas decisões afetam diretamente você e indiretamente eles, então você é o foco principal da história. Você é o autor E o protagonista. Ou seja, EMPODERAR-SE é tomar poder sobre suas decisões. Como você se empodera? Tendo boa vontade, vontade de aprender, de entender suas necessidades, e principalmente vontade de SE RESPEITAR. Respeitar seu coração, seu corpo e sua alma. É muito dificil o auto respeito, pois é muito difícil entendermos quem é o foco principal em questão. Entenda o foco - leia-se a pessoa - principal da questão.
Pronto, falemos sobre o parto. O filme "Freedom for birth" fala isso numa das primeiras falas. "O parto nos foi roubado, a capacidade da mulher parir foi roubada". Hoje essa capacidade é subestimada pelos outros, e acaba que afeta diretamente a mulher, desde pequena, até a gestante a termo. Uma mulher que dava a luz em casa com parteira há alguns bons anos atrás não era irresponsável, só estava fazendo seu papel dentro da sociedade. Cabia a ela trazer o seu filho ao mundo. Só a mulher tinha esse poder. Existiam mortes maternas e fetais? Claro que sim, e também existiam muitas (muuuuito mais) vidas saudáveis que nasciam. Com alguns avanços da medicina, essas (que já eram poucas em comparação com o todo) mortes diminuíram com o pré natal. E surgiu um outro avanço chamado CESARIANA.
Pararam de morrer bebês e mães? Não, claro que não!!! A cesariana foi inventada com o intuito de socorrer em caso de risco de morte por complicações na hora do parto. E assim como o avião de Santos Dummont, ela começou a ser usada indiscriminadamente, e a coisa foi tomando proporções tão grandes e argumentos tão frios que hoje acredita-se que parto é um evento de risco. E que muitas eventualidades da vida que podem ocorrer numa gestação levam as mulheres a partir para uma cesárea, pois lhe é dito que não se pode arriscar a vida do bebê. E quem quer arriscar a vida de um filho, ou a própria vida? Centenas de desculpas são inventadas a cada dia que passa para se fazer a cirurgia. E assim, pouco a pouco, a mulher deixa de reconhecer seu corpo e passa a conhecer os bisturis. O que antes era uma máquina perfeita de gerar e parir filhos agora é uma bomba relógio que precisa ser aberta o quanto antes. As mulheres têm medo. Os pais e a família "só querem o melhor". Os médicos não ganham um tostão para estarem presentes em um parto. E hoje o empoderar-se precisa ser mencionado e retomado, a informação precisa ser disseminada, pois, lá atrás, não havia tanta informação, tanta preparação para o parto, porque simplesmente não precisava, ele acontecia. Hoje em dia sinto como se precisássemos de um mapa de onde estão plantadas as bombas, qualquer pé em falso pode ser fatal. As mulheres estão a cada dia mais instruídas a optar por cesárea por ter anestesia e não sentir dor, o que é a mentira mais mentira do universo. Você vai ouvir histórias de que fulana fez cesárea e no outro dia estava limpando a casa, que não sentiu dor no pós operatório, e outras mais, mas é fácil imaginar: sete camadas cortadas, um bebê que não estava pronto para nascer, e estava perfeitamente apto a nascer naturalmente. Isso é uma violência contra o corpo da mãe, uma violência com o bebê, mas o sistema fez tão bem feito que muita gente fecha o ouvido e secretamente fala para si: "eu não aguento sentir dor".
Sem dor, não há crescimento. Para cada evolução da vida precisamos deixar morrer naturalmente e gradualmente um ser para nascermos outro, mais maduro. E naturalmente e Gradualmente devemos nos deixar parir. o trabalho de parto é uma preparação natural e gradual para a morte de uma mulher e o renascimento de uma mãe. As dores são ondas que te levam uma a uma para seu filho que trabalha junto com você. Ele passa por um canal onde recebe os primeiros anticorpos para se adaptar ao mundo terrestre. E você precisa ter certeza de tudo isso para poder exigir respeito. Parto virou procedimento, generalizado. Te cortam o períneo, te colocam ocitocina sintética, te aplicam anestesia, aspiram o bebê, colocam colirio nitrato de prata, cortam o cordão muito antes de parar de pulsar, exibem bebês na janela como se fosse um troféu e não se leva em consideração o instinto, o que o homem é: animal. O bebê precisa do contato imediato da mãe, precisa ser amamentado, não precisa sair correndo para ser limpado, não é necessário dar um banho de esfregão e sabão e tudo isso tem um porque, então antes de julgar ou cruzar os braços, EMPODERE-SE! Corra atrás das informações, do passo a passo, das evidências científicas, e não acrdeite que médico sabe o que faz, ele fez uma faculdade como qualquer outra e está sujeito a trabalhar só por dinheiro também. Ele não é Deus, é humano como nós, e está envolvido no sistema capitalista das nojeiras dos planos de saúde. Não, os planos de saúde não pensam na sua qualidade de vida, assim como as empresas de tabaco não pensam nos seus pulmões. Não deixe que te enganem, não faça nada por vontade de outros, NINGUÉM, ABSOLUTAMENTE NINGUÉM ALÉM DE VOCÊ TEM PODER SOBRE VOCÊ.
Violência obstétrica é um estupro dentro de protocolos infames que não entraram AINDA como crime inafiançável, mas tenho fé que ainda veremos esse jogo mudar.



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